13/08/2008

A DESCOBERTA DE UM NOVO OLHAR...

Quando se apaixonam, os dois indivíduos estão dando energia um ao outro inconscientemente, e se sentem flutuantes e eufóricos. É o barato a que chamamos de estar apaixonado. Infelizmente, como eles esperam que esse sentimento venha de outra pessoa, se desligam da energia universal e começam a contar cada vez mais com a energia um do outro – só que agora parece não haver energia suficiente, e assim eles deixam de dar energia um ao outro e recaem em seus dramas, numa tentativa de controlar um ao outro e puxar a energia do outro para si. Nesse ponto, o relacionamento degenera na luta por poder habitual.
O problema disso começa na nossa primeira família;
Vamos usar a filha como exemplo – toda menina pequena sabe que quando primeiro tenta integrar seu lado masculino é porque esta extremamente atraída pelo pai. Ela o quer por perto e em intimidade consigo o tempo todo. O que ela quer na verdade é energia masculina. – porque essa energia masculina complementa o seu lado feminino. Dessa energia masculina, ela recebe uma sensação de plenitude e euforia. Mas acha erroneamente que o único meio de possuir essa energia é possuir o pai e conservá-lo perto fisicamente.
Interessante, como intui que essa energia na verdade deve ser dela própria, e que deve ser capaz de comandá-las à vontade. Ela quer dirigir o pai como se ele fosse parte de si mesma. Acha que ele é mágico e perfeito, e capaz de satisfazer todos os seus caprichos. Numa família não muito ideal, isso cria um conflito de poder entre a menina e o pai. Formam-se dramas quando ela aprende a manobrar para manipulá-lo e levá-lo a dar-lhe a energia que ele deseja.
Mas numa família ideal, o pai continuaria não competitivo. Continuaria se relacionando honestamente e tendo energia suficiente para abastece-la incondicionalmente ainda que não pudesse fazer tudo que ela pede. O importante, a saber, aqui, em nosso exemplo ideal, é que o pai permaneceria aberto e comunicativo. Ela o acha ideal e mágico, mas ele explica com franqueza quem é, o que faz e porque, e então a menina pode integrar o estilo e as capacidades particulares dele e superar a visão irrealista do pai. No fim, ela o verá apenas como um ser humano particular com qualidades e defeitos próprios. Assim que se dá essa evolução autêntica, a criança faz uma transição fácil, passando do recebimento da energia sexual oposta do pai para o recebimento como parte da energia global existente no universo como um todo.
O problema, é que a maioria dos pais até hoje disputa a energia com os próprios filhos, e isso nos afetou a todos. Como se dava essa disputa, nenhum de nós resolveu bem essa questão do sexo oposto. Estamos todos empacados no estagio em que continuamos a buscar nossa energia sexual oposta fora de nós mesmos, na pessoa de um homem ou uma mulher que julgamos ideal e mágicos, e que podemos possuir.
Quando começamos a evoluir passamos a receber automaticamente nossa energia sexual, vem naturalmente da energia do universo. Mas temos de ser cuidadosos, pois, se aparece outra pessoa, que nos oferece essa energia diretamente, podemos nos desligar da fonte verdadeira e regredir.
Todos somos suscetíveis a que apareça uma pessoa do sexo oposto, outro meio circulo, e se junte conosco. Assim completando um circulo e nos de uma explosão de euforia e energia que pareça a plenitude produzida por uma ligação plena com o universo. Na verdade apenas nos juntamos a outra pessoa que também está à procura de sua outra metade no mundo externo.
Isso é um relacionamento clássico de co dependência, e tem problemas embutidos que logo começam a aparecer.
O problema dessa pessoa completa, desse circulo que as duas pessoas acham ter conseguido, é que foram necessárias duas pessoas para formar uma pessoa inteira, uma entrando com a energia masculina e a outra com a feminina. Essa pessoa inteira tem conseqüentemente duas cabeças, ou egos. As duas querem governar essa pessoa inteira que elas criaram, e assim exatamente como na infância, cada uma das duas quer comandar a outra, como se a outra fosse ela mesma. Esse tipo de ilusão de inteireza sempre degenera numa luta pelo poder. No fim cada pessoa tem que mandar na outra, e até mesmo incapacitá-la, para poder conduzir esse eu inteiro para onde ela quer ir, mas é claro que isso não funciona, pelo menos não mais. Talvez no passado um dos próprios parceiros estivesse disposto a se submeter ao outro...Em geral a mulher, algumas vezes o homem. Mas já estamos despertando. Ninguém mais quer ser subserviente a outra pessoa.
Mas ainda podemos viver uma historia de amor. Mas, primeiro, temos que fechar o circulo a nós mesmos. Temos de estabilizar nosso canal com o universo. Isso exige tempo, mas depois nunca mais ficamos suscetíveis ao problema e adquirimos o relacionamento mais elevado. Quando nos ligamos amorosamente a outra pessoa depois disso, criamos uma superpessoa, mas isso não nos desvia do caminho de nossa evolução individual.
Devemos resistir a sensação de amor a primeira vista, aprendendo a ter relacionamentos platônicos. Mas só devemos ter esse tipo de relacionamentos com pessoas que se revelem totalmente, dizendo a você como e porque fazem o que fazem, exatamente como teria acontecido com o pai numa infância ideal. Compreendendo quem na verdade são no intimo esses amigos do sexo oposto, a gente rompe a própria projeção fantasista sobre aquele sexo, e isso liberta para nos ligar mais uma vez com o universo.
Isso não é fácil, sobretudo se a gente tem de se livrar de um relacionamento de co dependência. É um verdadeiro desmonte de energia. Dói. Mas tem de ser feito. A co-dependência não é uma espécie de doença nova que algum de nós contraímos, todos somos co dependentes e estamos todos saindo disso agora.
A idéia é começar a experimentar aquela sensação de bem extra e euforia sentida no primeiro momento de um relacionamento co-dependente quando a gente está só. É preciso ter ele ou ela dentro de si. Depois disso, a gente evolui e pode encontrar aquele relacionamento romântico especial que realmente se ajusta à gente.

Texto extraído do Blog
do meu inesquecível
Flávio
http://pt.netlog.com/ftinti/blog

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá Lia,

Está lá tudo neste texto. Podemos discordar de algumas coisas mas no geral é assim.

Deve existir uma óptima relação entre pais e filhos, mas com "disciplina" e seguramente com muita compreensão.

Nunca se deve usar um tom submisso nem agressivo e usar da complementariedade, que deve sempre existir entre mulher e homem.

É importante manter um contacto de olhos nos olhos a um nivel de igualdade.

Este texto dava pano para mangas mesmo com achegas de Freud.

Beijinho doce,

Renato

Pelos caminhos da vida. disse...

Boa noite Lia!

Agradecendo sua visita ...

Seu carinho...

Foi um prazer vc me linkar...

beijooo.

bete p.silva disse...

Oi Lia, aqui, te lendo. Não sei opinar nessas questões de relacionamentos afetivos, nessa aula eu faltei. Sou uma loba solitária.

* O Cantinho da Lia * disse...

Bete, o texto é do Flávio...ele gostava muito de teorizar as coisas...
Pra ele td tinha uma explicação bem mais ampla...Na verdade ele complicava né...
bjs

* O Cantinho da Lia * disse...

Renato, eu concordo com você...
é difícil não buscar energia no outro, qdo se está apaixonado...
Mas tem gente que consegue, depois de certa experiência....

Beijos anjo!