11/06/2008

A situação das mulheres em algumas partes do mundo


A MULHER NA ÍNDIA

A situação das mulheres na Índia é umas das piores em todo o mundo. A discriminação começa desde o momento da gestação em que se define o sexo da criança. Em muitos casos, segue-se ao exame de ultra-som o aborto, e o infanticídio é quase tão comum quanto na China. O desequilíbrio entre os sexos cresceu 6% nos últimos anos. Além disso as mulheres que sobrevivem à infância não têm as melhores perspectivas: para que se casem, o pai deve dar um dote valioso à família do noivo, que mesmo assim trata a noiva como uma escrava.Nos casos de abuso sexual a discriminação não é diferente. As estatísticas indicam um aumento alarmante dos casos de abuso sexual contra mulheres. Atualmente esse é o tipo de violência que mais cresce no país. A tradição cultural trata a mulher que sofre um estupro não como vítima, mas como criminosa: sofrer um estupro equivale a se prostituir.

Casar-se na Índia continua sendo um fardo pesado para milhares de mulheres que, obrigadas a pagar altos dotes por uma tradição ilegal, mas ainda vigente, escolhem o suicídio ou morrem nas mãos de seus maridos por não conseguir quitar a quantia.

Sessenta por cento das mulheres da Índia são analfabetas. Nas classes mais baixas, as mulheres são pouco mais que servas. Em algumas partes da Índia rural, a segunda ou terceira filha que nasce numa família pobre pode morrer na primeira noite, ao tomar uma substância venenosa misturada ao leite. Os pais simplesmente dizem: “Ela não sobreviveu”, mas os vizinhos sabem a verdade: a família não tinha condições para arcar com outro dote, o pesado pagamento feito à família do noivo que deve acompanhar a moça, se ela tiver alguma esperança de se casar.
Feticídio feminino dizima população de mulheres na Índia

Aborto seletivo "elimina" 10 milhões de mulheres na Índia
A preferência dos pais por meninos na Índia provoca cerca de 500 mil abortos de fetos do sexo feminino todos os anos, de acordo com um estudo publicado recentemente. Nos últimos 20 anos, este número ficou por volta dos 10 milhões.
A proporção é ainda menor quando a família já tem duas meninas: para cada 1.000 partos de meninos, ocorrem 719 partos de meninas.
As mulheres na Índia não enfrentam apenas a violência e a discriminação social, política e trabalhista, já que são desprezadas antes mesmo de nascer, o que faz com que no país existam 32 milhões de homens a mais que mulheres.
Trata-se de um problema cultural que não melhora nem com o desenvolvimento do país, pois diversos estudos indicam que, quanto maior o nível educacional, maior a probabilidade de uma mulher abortar ao saber que está grávida de uma menina. O problema, é que as famílias vêem nos filhos homens um meio para aumentar sua riqueza, enquanto as filhas supõem uma despesa adicional, pois, ao se casarem, devem dispor de um suntuoso dote.

Mulheres na Sociedade - Índia

VIÚVAS
Segundo o censo de 1991, 8% de todas as mulheres da India são viúvas, o que significa cerca de 34 milhões de pessoas. Como o costume é o casamento das meninas muito novinhas, 50% das viúvas têm menos de 50 anos de idade.No grupo acima de 60 anos, 64% das mulheres são viúvas, enquanto que apenas 6% dos homens são viúvos. Essa diferença brutal de gênero existe por causa da alta incidência de viúvos que se casam novamente, enquanto que um novo casamento, na prática, continua sendo uma opção bastante improvável para as mulheres.pesar dos números, sabe-se pouco sobre a vida dessas mulheres, na India. A marginalização as torna invisíveis. O que sabemos é que elas vivem em completa pobreza, desemprego, sem acesso aos meios de produção, sem educação formal e sofrendo por superstições que ainda estão bastante arraigadas na cultura indiana.Já em 1956, um ato hindu estabeleceu que as viúvas devem ser consideradas iguais a todas as mulheres, mas a tradição fala mais alto.Por causa de todas privações que passam, as viúvas têm um índice de mortalidade 85% maior que as mulheres casadas. Apesar das péssimas condições dessas Casas de Viúvas, muitas preferem viver nelas do que ficar com a família do ex-marido, sendo constantemente abusadas sexual e fisicamente.
Também confirmou que a maioria dos casamentos continuam sendo arranjados e o dote é uma regra geral. Explicou que o casamento, na India, não é visto como uma atitude de dois indivíduos, mas uma ação em família, que compromete a reputação das pessoas envolvidas por gerações e deve ser muito bem planejado, porque o divórcio, apesar de legal é extremamente estigmatizado.Um dos fatores que mais contribuem para a difícil situação da mulher é a exigência, por parte da família do noivo, de um dote que deve ser oferecido pela família da noiva, em dinheiro e que se diz tem como objetivo "ajudar os recém-casados em sua nova vida".A explicação dada, muitas vezes é que o dote é como se fosse uma compensação à família do noivo pelas despesas que tiveram para educá-lo e prepará-lo para sustentar a noiva e sua nova família pelo resto da vida.
O Sati (um antigo costume entre os
hindus, hoje em dia estritamente proibido que obrigava (no sentido honroso, moral, e prestigioso) a esposa viúva devota a se sacrificar viva na fogueira da pira funerária de seu marido morto), ainda que raríssimo, tenha sido banido do país desde 1829, foi noticiado um caso em 2002, quando uma viúva de 68 anos cometeu suicídio, queimando-se viva com o marido. Desde os anos 40, vinte e cinco casos de Sati ainda foram registrados na India, inclusive meninas de 18 anos de idade.



Na China

Na China, a preferência dos pais pelo filho de sexo masculino é uma tradição profundamente arraigada, desde a idade feudal. No filho homem, concentra-se a responsabilidade de manter os pais quando idosos, de possibilitar-lhes um enterro solene, de fazer as oferendas sobre os túmulos deles para as necessidades após morte, conforme a tradição confuciana. Somente o filho homem é o único herdeiro dos bens da família.

A menina, pelo contrário, é destinada a se casar pouco importa se gostar ou não, se for amada ou desrespeitada pelo marido. O divórcio ou separação está fora de discussão. Uma vez casada, ela está casada para sempre e pertence à família do marido, exatamente como na sociedade feudal. Ela deve gerar filhos, possivelmente homens, para o marido e fazer sua vontade.
A mulher após o regime maoísta (1949- 1979)
A China maoísta tentou libertar a mulher dessas discriminações dando-lhe, teoricamente, os mesmos direitos políticos, econômicos e socioculturais que os homens. Pela atual lei, teoricamente, estão proibidos os matrimônios arranjados, a mulher pode pedir o divórcio ou se separar, pode herdar e receber um salário em paridade de trabalho com os homens.
Apesar disso, as desigualdades continuam ainda em todas as fases de sua vida. A preferência ligada ao sexo é mais forte que a lei, especialmente no interior e nas regiões mais pobres da China. De fato, a lei e as conseqüências demográficas cedem diante do pragmatismo e da tradição que ainda preferem filhos homens e desconsideram a mulher na organização familiar.
As nefastas conseqüências do filho único.

Promovendo a política do filho único, o governo certamente não tinha a intenção de ressuscitar os conceitos feudais sobre a inferioridade da mulher, mas acabou por reforçar sua inferioridade e é isso que está acontecendo na China de hoje. Se um casal pode ter somente um filho, conseqüentemente vai querer um filho homem, sendo esta uma exigência cultural ainda profundamente arraigada no povo chinês. Se, por acaso, o bebê é menina, surge para o casal um gravíssimo problema ético e cultural: se ficar com ela, não pode mais ter o filho homem. A triste
realidade é normalmente a morte ou o abandono da menina recém-nascida.

África e Médio Oriente

MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA
uma prática que assola 28 países e faz 2 milhões de vítimas por ano

A UNICEF revelou que três milhões de meninas e adolescentes em África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos A mutilação genital ou excisão é uma prática tradicional na África sub-sariana e no Médio Oriente que inclui a ablação do clítoris, o que leva em muitos casos à morte. Como é óbvio, a mutilação genital feminina traz graves problemas à saúde. Em alguns rituais, ele é integralmente extirpado. Na versão mais radical, é feita uma infibulação (*melhor procurar o significado em um dicionário).
Associada à castidade e à crença de que diminui o desejo sexual e reduz o risco de infidelidade, a mutilação é realizada sem nenhum tipo de anestesia, com instrumentos não-esterilizados como facas, navalhas, tesouras, gilletes, tampas de latas ou mesmo cacos de vidro
A mutilação genital é a tortura mais atroz que se pode infligir a um ser humano, meninas inocentes que são cortadas com uma gillete e sem nenhuma anestesia Corta-se o clítoris profundamente, depois eliminam-se os pequenos lábios e corta-se a parte interior dos grandes lábios. Depois fazem-se buracos com espinhos de acácia, uma planta muito conhecida na Africa, e costura-se ficando apenas uma
abertura do tamanho de um grão de arroz para sair a urina e a menstruação que dura 15 dias, sendo as cólicas insuportáveis. No dia do casamento, o noivo é um desconhecido e geralmente sempre mais velho. Para poder penetrar a noiva, corta-a novamente com uma faca ou gilette, ou penetra-a á força e rasga–a; é ele quem decide, ele é seu dono e senhor. A mulher passa a ser um objecto e ele faz o que quiser com ela. Os gritos de dor e angústia são tantos que a cidade inteira sabe o que se passa. Ali, naquela altura e naquele momento, está sendo desflorada uma adolescente. Normalmente, enquanto a menina desmaia de dor o povo faz a festa, ela vai passar 15 dias sangrando e 3 meses com dores. É isto a mutilação genital! A operação dura uma hora e vinte minutos e enquanto isso a menina desmaia e volta a si várias vezes, em muitos casos elas morrem de hemorragia ou de tétano, em outros casos elas nunca mais conseguem falar sobre o assunto, dizem que não há explicação nem comparação para a dor que se sente. E a tortura continua. A menstruação é incrivelmente dolorosa. No parto, podem acontecer complicações sérias para o bébé e para a mãe.Nessas ocasiões, elas precisam fazer a reabertura da vagina e qualquer demora acarreta uma pressão às vezes fatal no crânio e na coluna da criança. Quando a mãe não faz a abertura da vagina, a saída do bebé do útero pode provocar cortes que vão da vagina ao ânus. Para além disso, a parteira tem de as cozer novamente, de forma a deixar a vagina pequena de novo como um grão de arroz, para aumentar o prazer masculino. Todo este suplício, angustia e dor servem apenas para aumentar o prazer masculino, pois as mulheres não sentem nem desejo nem prazer nenhum, elas são autênticas escravas e são obrigadas a faze-lo, faz parte de uma cultura bárbara.

Países que praticam a Mutilação Genital Feminina

São 28 os países do continente africano que mantêm os rituais iniciáticos que incluem alguma forma de mutilação genital feminina. A prática é referida ainda em algumas comunidades de países asiáticos, como Índia, Indonésia e Malásia; e do Oriente Médio, como Iêmen, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã.

Benim: 50% das mulheres.
Burkina Faso: 70% das mulheres.
Camarões: 20% das mulheres.
Chade: 60% das mulheres.
Costa do Marfim: 60% das mulheres.
Djibuti: 98% das mulheres.
Egipto: 80% das mulheres.
Eritreia: 90% das mulheres.
Etiópia: 90% das mulheres.
Gâmbia: 89% das mulheres.
Gana: 30% das mulheres.
Guiné-Bissau: 50% das mulheres.
Guiné-Conacri: 50% das mulheres.
Libéria: 60% das mulheres.
Mali: 80% das mulheres.
Mauritânia: 25% das mulheres.
Niger: 20% das mulheres.
Nigéria: 60% das mulheres.
Quénia: 50% das mulheres.
República Centro-Africana: 50% das mulheres.
República Democrática do Congo (ex-Zaire): 5% das mulheres.
Senegal: 20% das mulheres.
Serra Leoa: 90% das mulheres.
Somália: 98% das mulheres.
Sudão: 89% das mulheres.
Tanzânia: 10% das mulheres.
Togo: 50% das mulheres.
Uganda: 5% das mulheres.

Guiné - Bissau

Esta jovem foi amarrada e torturada pelos próprios familiares que a queriam obrigar a um casamento de conveniência.
Na Guiné-Bissau, segundo certos usos e costumes, os pais ou familiares é que decidem com quem as filhas ou parentes se vão casar.
Para além da questão dos casamentos forçados, as Mulheres guineenses sofrem com a questão da mutilação genital, feita na maior parte das vezes a crianças.

E por ae vai...

Beijos e até o próximo Post...



2 comentários:

bete p.silva disse...

Eu fui lendo de horror em horror. Já conhecia algumas dessas histórias, mas vê-las assim juntas só faz aumentar o nosso répúdio. É terrível, você foi corajosa em propor essa reflexaão.

Anônimo disse...

isso é horrivel...
Mutilação genital?
pra quê isso gente?
isso é uma selvagenria...
aff