15/10/2010

CASAMENTO

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
E
la não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse " Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!


Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..

Por: Cíntia Gomes de Almeida

03/09/2010

"Despedida de um amigo"

Hoje, ao atender ao telefone que insistentemente exigia atenção,o meu mundo desabou…Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linhame informava que o meu melhor amigo,meu companheiro de jornada, meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente,vindo a falecer quase que instantaneamente…

As imagens de minha juventudevieram quase que instantaneamente a minha mente…A faculdade…As bebedeiras… As conversas em volta da lareiraaté altas horas da noite…Os amores não correspondidos…As confidências ao pé do ouvido…As colas…A cumplicidade…Os sorrisos….AHHHHH… Os sorrisos….Como eram fáceis de surgir naquela época!!…Lembrei da formatura…De um novo horizonte surgindo…Das lágrimas e despedidas…E principalmente, das promessas de novos encontros…

Lembro perfeitamente de cada feiçãodo melhor amigo que já tive em toda a vida…Em seus olhos a promessa de que EU nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui…Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço……ou das mensagens, que nunca respondi,as quais constantemente me enviava,enchendo minha caixa postal eletrônicade esperanças e promessas de um futuro melhor.Lembro que foi o seu rosto preocupado que viquando acordei de minha cirurgia para retirada do apêndice…Lembro que foi em seu ombro que choreia perda de meu amado pai…Foi em seu ouvido que derramei as lamentaçõesdo noivado desfeito…

Apesar do esforço para vasculhar minha mente, não consegui me lembrar de uma só vezem que tenha pego o telefone para ligare dizer a ele o quanto era importante para mimcontar com a sua amizade…Afinal….Afinal, eu era muito ocupado!!!EU NÃO TINHA TEMPO!!!
Não lembro de uma só vez em que me preocupeide procurar um texto edificante e enviar para ele……ou qualquer outro amigo, com o intuito detornar o seu dia melhor. EU NÃO TINHA TEMPO!!!
Não lembro de ter feito qualquer tipo de surpresa,como aparecer de repente com uma garrafa de vinhoe um coração aberto disposto a ouvir. EU NÃO TINHA TEMPO!!!
Não lembro de qualquer dia em que eu estivessedisposto a ouvir os seus problemas.EU NÃO TINHA TEMPO!!!

Acho que eu nunca sequer imagineique ele tinha problemas…Não me dignei a reparar que constantementemeu amigo passava da conta na bebida…Achava divertido o seu jeito bêbado de ser.Afinal, bêbado ou nãoele era uma ótima companhia para mim…Só agora vejo com clareza o meu egoísmo. TALVEZ…
E este talvez vai me acompanhar eternamente…Talvez se eu tivesse saído de meu pedestal egocêntricoe prestado um pouco de atenção…E despendido um pouquinho do meu sagrado tempo,meu grande amigo não teria bebido até não agüentar maise não teria jogado sua vida fora ao perder o controlede um carro que com certeza,não tinha a mínima condição de dirigir…

Aquelas mesmas mensagens que simplesmenteapaguei da secretaria eletrônica,jamais se apagarão da minha consciência.Estas indagações que inundam agora o meu sernunca mais terão resposta.A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.Agora, lentamente, escolho uma roupa preta- digna do meu estado de espírito – e pego o telefone.Aviso o meu chefe que não irei trabalhar hoje,e quem sabe, nem amanhã nem depois….…pois irei tirar o dia para Homenagear com meu prantoa uma das pessoas que mais amei nesta vida.Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo,entre lágrimas e remorsos, que para isto,para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida…EU TIVE TEMPO!!!
Descobri que se você não toma as rédeas da tua vida…O TEMPO TE ENGOLE E TE ESCRAVIZA.Trabalho com o mesmo afinco de sempre,mas sou somente “o profissional” durante o expediente normal. Fora dele, sou um ser humano!!Nunca maisuma mensagem da minha secretaria eletrônicaFicou sem pelo menos um “oi” de retorno.Procuro constantemente encher a caixa eletrônicados meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores. Escrevo cartões de Aniversário e de Natal,sempre lembrando as pessoasde como elas são importantes para mim…
Abraço constantemente meus irmãos e minha família,pois os laços que nos unem são eternos.Esses momentos costumam desaparecer com o tempo,e todo o cuidado é pouco.Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam,afinal, PARA QUE GUARDÁ-LOS?
Enfim…Você achou um tempinho para ler isto….Agora, disponha de outro minuto para mostrarpara os seus amigos e familiares que você está pensando nelese que eles significam algo….E são importantes na sua vida!!!
Mostre a elas que sempre existe “um tempinho”no qual você pensa nelas….Não espere o dia em que as pessoas mais importantes de sua vida serão tiradas de vocêpara que você possa demonstrar o quanto elas significam…Faça alguém feliz hoje…O AMANHÃ PODE NÃO CHEGAR…E você terá perdido uma grande oportunidadede transmitir todo o seu carinho…Envie uma mensagem à todas as pessoas que são especiais pra você…Deixe alguém feliz…Hoje… E sempre!!! E principalmente…
SEJA FELIZ VOCÊ TAMBÉM!!

Imagem 3 amigos da net.

13/08/2010

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ


Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!
"Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo, já é um pedaço dele..."
Chico Xavier

03/07/2010

“Reflexão sobre a morte”

"A morte, por si só, é uma piada pronta.

Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos
pra semana que vem,precisa autenticar um documento em cartório,
colocar gasolina nocarro e no meio da tarde morre.
Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o
telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia:
MORRER!!!
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando
fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se mantevelá,
fez as provas, foi em frente.
Praticou muita educação física,quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza
do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida,
mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria
entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado
com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas,
a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia:
das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por
uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez
não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curtecostelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também
já rateia, sem falar que há quasenada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo?
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida...

Perdoe...

Perdoe Sempre!!!"

Por Pedro Bial


Recebi este texto por e-mail, do meu amigo Renato.